terça-feira, 29 de setembro de 2015

Práticas corporais na promoção da saúde

Entre uma aula e outra, vamos nos dando conta que nem toda ação em saúde é pensada, ou pelo menos, consegue atingir a todas as pessoas, visualizando suas particularidades. Na Unidade de Promoção da Saúde IV, vemos que alguns autores convergem na ideia de que participar de ações para o próprio cuidado é "para quem pode e não para quem quer", e isso é um determinante, principalmente, quando se fala de práticas corporais para a saúde. Luiz Fernando Silva Bilibio, em seu texto "Esquecimento ativo e práticas corporais em saúde", reconhece as práticas corporais como manifestação da cultura corporal e entende que dependendo das condições e da situação as práticas podem representar uma manifestação da intensificação ou de empobrecimento da existência.
Cabe então, a todos nós, usuários e promotores de práticas envolvendo corporeidade e saúde, testarmos nossos limites, cuidadosamente, para estabelecer condicionantes frente ao que se quer e o que se pode praticar.
Para isso, estamos, durante o semestre, tentando desenvolver  atividades dinâmicas com a própria turma, para então observarmos o quão próximas de nós estão ou não as intercorrências envolvendo as práticas corporais. 
Esse é um exercício que pretendo levar ao longo de minha trajetória...
Até logo,
A FUTURA SANITARISTA

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Workshop Internacional Avaliação de Políticas Públicas: Atenção Básica/Primária e Participação Social em Saúde - Experiências da cooperação Itália e Brasil

Teve início, na segunda-feira (21/09), o Workshop Internacional Avaliação de Políticas Públicas: Atenção Básica/Primária e Participação Social em Saúde - Experiências da cooperação Itália e Brasil, que reúne em Porto Alegre pesquisadores, docentes, gestores, servidores e estudantes nacionais e estrangeiros até amanhã, 23 de setembro.
As mesas da manhã de hoje trouxeram as experiências de Maria Augusta Nicoli, da Agenzia Sociale e Sanitária Regionale Emilia-Romagna, Luciano Gomes, da Universidade Federal da Paraíba e Ardigó Martino, da CSI Alma Mater Studiorum Universitá di Bologna, entre outros nomes importantes que fizerem intervenções muito interessantes. O tema principal do Workshop é atenção básica e participação, por isso teve como convidados representantes e servidores dos diversos serviços de Porto Alegre que fazem assistência e gestão nessa área.
Nas apresentações dessa manhã Maria Augusta Nicoli explanou sobre o processo das linhas guias que compõem a atenção básica em saúde na Itália, contando sobre a forma como as comunidades se inserem nesse movimento de construção da linha e a importância dessa participação continuar no monitoramento das atividades posteriores e ligadas a essa implementação. Luciano Gomes, em outra mesa, reforça a importância da avaliação das ações e serviços em saúde, de forma a apoiar o desenvolvimento do conjunto de ações com um olhar para as demandas da população e de seus indivíduos como integrantes principais das complexas redes do sistema de saúde. Após esse momento, Ardigó Martino explanou sobre a transição demográfica que está acontecendo na Itália e mostrou estratégias para enfrentamento das mudanças em relação a demanda de uma população mais envelhecida e com menores taxas de natalidade. 
O evento está sendo organizado pela Cooperação acadêmica entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Alma Mater Studiorum – Università di Bologna (UNIBO) através da Rede Governo Colaborativo em Saúde.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Fundamentos e aplicabilidades da Economia da Saúde

Durante o primeiro módulo da Unidade de Planejamento, Gestão e Avaliação em Saúde III estamos discutindo os Fundamentos e Aplicabilidades da Economia da Saúde. Hoje resolvi escrever um pouco sobre a análise do material organizado por Sergio Francisco Piola e Solon Magalhães Vianna em 1995 e que está disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=5329.
A Economia da Saúde é uma área essencial para se fazer planejamento e administração dos serviços de saúde. Uma das principais dificuldades e desafios é lidar com o pequeno número de interessados que permanecem no setor saúde e que se especializam nessa área. Outro desafio está ligado a diferentes formas de gestão e utilização dos recursos disponíveis o que pode gerar conflitos na área.
Um aspecto que precisa ser discutido é o fato de a Saúde ser um campo extremamente complexo e quase impossível de ser traduzido em números, a partir dos dados que são produzidos é necessário que haja uma análise mais profunda das condições. Porém é importante saber que não existe incompatibilidade entre economia e saúde, muito pelo contrário, os instrumentos da economia influenciam fortemente na operacionalidade e nas estratégias em saúde, principalmente tratando-se de recursos limitados (o que faz parte da realidade dos sistemas de saúde). 
Existem inúmeros estudos ligados à Economia da Saúde e que demonstram como fatores socioeconômicos se relacionam com indicadores de saúde, ou como o desenvolvimento econômico impacta no nível de saúde de uma população. Esses estudos levam em consideração diversos indicadores e estatísticas, dos quais muitas vezes não vemos a relação com os determinantes do processo saúde-doença. Também são realizados estudos que analisam bens e serviços específicos, como aspectos financeiros ligados a medicamentos, aparelhos, procedimentos, tecnologias, investimentos em infraestruturas, etc., que influenciam muito na tomada de decisão dos gestores em saúde. Um trabalho muito importante para a definição das prioridades de saúde e para a elaboração de políticas públicas está ligado ao ESTUDO DA FUNÇÃO DISTRIBUTIVA DO SISTEMA DE SAÚDE, pois visualiza as situações de desigualdade e equidade no acesso e utilização do sistema de saúde, buscando analisar as condições mais desprivilegiadas da sociedade e pensar propostas para elas.
Algumas controvérsias são colocadas em pauta quando se fala de “desenvolvimento econômico” e “nível de saúde”, pois não existe um consenso do que vem antes. Atualmente, trabalha-se na perspectiva de que a saúde faz parte do processo de desenvolvimento social e econômico de uma população, em que o Estado tem o papel de explicar a evolução dos níveis de saúde, sendo essa evolução parte integrante da situação social. Outra controvérsia é observada quando se trata de direito à saúde, pois isso está ligado a dois fatores: a participação efetiva do indivíduo na busca pela saúde e as prioridades de aplicação de recursos. O primeiro fator coloca em evidência a controvérsia de que apenas o acesso aos serviços de saúde não basta para se adquirir saúde, é necessário que o indivíduo participe do processo para que possa alcançar melhores condições. E o segundo fator aponta que nem sempre é possível investir em programas e ações que trazem benefícios para a população em geral, isso traz para debate a questão: Como garantir o direito que é de todos com recursos limitados?
No Brasil, a abrangência em economia da saúde está ligada à visualização e análise da diversidade de serviços de saúde e suas distorções. Essas distorções se relacionam à falta do estabelecimento das reais necessidades da população, à desigual distribuição geográfica dos recursos, ao uso excessivo de medicamentos, à má utilização dos recursos e das tecnologias, à competição do setor privado, dentre outros fatores. Isso traz consequências tanto à economia do país, como a diversos outros setores e gera questionamentos que necessitam ser contextualizados e repensados visto que é de responsabilidade dos governos o uso racional dos recursos públicos investidos em saúde.
Esses são conhecimentos que pretendo sempre poder utilizar, até para ter a consciência que investimento em saúde se faz com responsabilidade.
A FUTURA SANITARISTA

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

As vidas das Marias e nossas vidas enclausuradas

Na aula de Tutoria IV de ontem (03/08) assistimos ao documentário "Vida Maria", a partir dele nos foi proposto uma Reprodução Social através de uma análise crítica de como nos colocaríamos nesta situação.
O curta metragem nos sensibiliza para pensar em várias condições que estão colocadas a mulheres e que são silenciadas durante toda uma vida e perpassam isso por muitas gerações. Mas também sinto o quão complexo é pensar sobre isso, pois não consigo me colocar realmente no lugar delas para sentir e vivenciar tudo o que se passa na vida dessas Marias. Mas como mulher, consigo  perceber como a sociedade patriarcal está presente em todos os espaços da minha convivência, por exemplo, quando eu ando na rua e recebo cantadas, quando eu vejo homens ainda recebendo maiores salários que mulheres estando no mesmo cargo, quando eu vejo relatos de meninas, diariamente, nas redes sociais, etc.

Além de uma profunda discussão das questões trazidas no vídeo, conversamos sobre algumas questões relacionadas a governabilidade atual (ou a falta dela) e polêmicas que estão efervescendo nas diferentes esferas estatais, como o corte de verbas na educação e o atraso e parcelamento dos salários aos servidores públicos estaduais.
Mas para falar sobre isso aqui, eu precisaria uma semana inteira!
Então, até logo,
A FUTURA SANITARISTA