Hoje, pela manhã, eu e meus colegas Maurício e Vânia, tivemos o privilégio de conhecer um pouco mais sobre o Ambulatório de Dermatologia Sanitária, localizado na Av. João Pessoa. A visita foi em função de um trabalho da UPP de Análise de Situação de Saúde e Vigilância à Saúde, ministrada pela professora Stela. O trabalho tem como objetivo conhecer os fluxos de alguns serviços de vigilância epidemiológica de Porto Alegre. Descobrimos que institucionalmente, o Ambulatório não é um serviço de vigilância epidemiológica, mas ele contribui com notificações, programas de prevenção, identificação, entre outras tarefas que cabem dentro das ações de vigilância à saúde.
Ao chegarmos, fomos recebidos pelo colega da Saúde Coletiva, Paulo César, que trabalha no Ambulatório há cerca de 20 anos, e pela Assistente Social Niara. Ao longo da visita, fomos percebendo alguns problemas relacionados à infraestrutura e o quão enorme é a complexidade de lidar com tais problemas, pois os processos de negociação passam por setores e entidades ora municipais, ora estaduais ou ainda do Ministério. Mesmo assim, a organização do serviço, parece funcionar muito bem e isso deve acontecer pois, como pudemos perceber, existe uma boa relação e comunicação entre praticamente todos os profissionais que trabalham no local. E não poderia ser diferente, porque como nos foi passado, a demanda do serviço é enorme. Um exemplo disso, é a farmácia que ali funciona, que atende à segunda maior demanda de medicamentos para tratamento de HIV/AIDS de todo o Brasil.
Quem nos contou sobre como é o funcionamento da Farmácia do Ambulatório foi a farmacêutica e sanitarista Silvana, que além de nos receber muito bem, nos explicou como funciona o SICLOM (Sistema de Controle Logístico de Medicamentos) que "possui três funcionalidades principais: cadastramento dos pacientes em tratamento, controle da dispensação mensal de medicamentos, controle de estoque dos medicamentos anti-retrovirais e dos medicamentos para tratamento das infecções oportunistas nas farmácias", além de garantir aos pacientes atendimento farmacêutico em todo o território nacional. Percebemos também, que a acessibilidade ao setor da farmácia, dentro do serviço, ocorre de maneira bem horizontal, articulada e organizada, mesmo o espaço físico sendo extremamente pequeno.
Sobre as notificações dos novos casos de doenças, um dos assuntos mais enfocados na visita em função do nosso trabalho, ficou claro que isso exige um grande comprometimento dos profissionais com sua própria responsabilidade de notificar da melhor forma possível e de alimentar corretamente ao banco de dados. Realizadas mensalmente, as notificações, mesmo quando feitas da forma correta, nem sempre são aproveitadas plenamente, pela dificuldade de acesso aos bancos de dados por parte dos profissionais. Isso exige do profissional, uma sensibilidade ainda maior, levando em conta que ele precisa estar, permanentemente, se atualizando frente às prioridades de enfrentamento para garantir que as ações corretas de promoção da saúde, controle de doenças e prevenção de agravos sejam realmente realizadas.
A futura sanitarista,
Luiza