“A Comunicação está vinculada ao
campo da Saúde, desde os princípios do século XX, tomando-se como marco a
criação, em 1923, do Serviço de Propaganda e Educação Sanitária, no então
Departamento Nacional de Saúde Pública. Na época, as descobertas da ciência
apontavam a existência de agentes patológicos específicos para cada doença e
processos de transmissão, o que deslocava a atenção das condições
socioambientais para o indivíduo e colocavam no centro das prioridades as
medidas de higiene. Em decorrência, apontava para a necessidade da mudança de
comportamento e de hábitos, vistos como causa das doenças, portanto,
indesejáveis à saúde.” (Araújo; Cardoso; Murtinho, 2009)
Como podemos visualizar na
citação acima, as formas de comunicação em saúde, do século passado, eram um
reflexo do que toda a área da Saúde Pública considerava como foco, A DOENÇA. Com
o passar dos anos e com as mudanças ocorridas através de movimentos como a Reforma
Sanitária, o aumento da participação popular, a mudança do semblante das
Universidades e consequentemente dos serviços em geral, dentre outros
processos, fez com que, pouco a pouco, a Comunicação em Saúde fosse agregando
novos campos para a elaboração de suas ações. Mesmo assim, ainda há muito que
se desenvolver em relação ao tema e um dos principais desafios é mudar a forma
de encarar a comunicação como sendo, fundamentalmente, um instrumento de
transmissão de informações.
No curso de Saúde Coletiva, mais especificamente
na Unidade de Tutoria desse terceiro semestre, a partir de debates e explanações
sobre o tema, podemos observar alguns modelos de Comunicação em Saúde que
tentam atingir aos indivíduos de formas muito inovadoras. Então gostaria de
compartilhar alguns materiais a que tivemos acesso.
Na aula do dia 14 de maio,
conhecemos o Régis que nos apresentou o projeto Caminhos do Cuidado, iniciado em 2013, que oferece formação em saúde mental,
crack e outras drogas para agentes comunitários de saúde e auxiliares e
técnicos em enfermagem da Atenção
Básica. O projeto conta com uma Equipe de Comunicação que é responsável pela criação da
identidade visual do Caminhos do Cuidado, e pela produção visual, em diferentes
mídias, de todo o material de divulgação e didático, em consonância com o
Ministério da Saúde. Um dos materiais apresentados para a turma foi o vídeo “Crack! Crack?”, que trata do tema de
forma lúdica, artística e com humor facilitando o diálogo sobre as questões
relacionadas.
Outro projeto que ficou conhecido entre os alunos do curso,
foi o da ONG Doutorzinhos, que realiza atividades em diversos hospitais com
pacientes e servidores, ela se apresenta da seguinte maneira: “Somos palhaços. E ser palhaço no
hospital é saber ler os sentimentos, diagnosticar sintomas do humor e
transformá-los em alegria. Acreditamos que o humor promove uma atitude
positiva, contribuindo diretamente na recuperação dos pacientes. Oferecemos aos
pacientes e equipe hospitalar um local de experimentação do riso, estabelecendo
uma conexão entre os sentimentos de cada um. Somos agentes terapêuticos no
processo de humanização da saúde, levando alegria para as crianças e adultos
hospitalizados, bem como a todos os profissionais das instituições.”.
O material audiovisual apresentado às turmas do curso no dia 11 de
junho, durante o fórum dos alunos, foi o seguinte:
É claro que estes são dois dos
inúmeros exemplos que existem da construção que está sendo realizada para
aprimorar os instrumentos de Comunicação em Saúde e para a saúde, porém,
acredito que as chances desse cenário se desenvolver amplamente são bem maiores
a partir da multiplicação desse tipo de ação. A referência abaixo contém o trecho citado no início desse post e é uma boa indicação de leitura para entender como o tema está sendo desenvolvido dentro do próprio SUS.
ARAUJO, I. S.; CARDOSO, J. M.; MURTINHO, R. A Comunicação no
Sistema Único de Saúde: cenários e tendências. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, v. 6, n.
10, p. 104-115, 2009. Disponível em: .
Acesso em: 12 jun. 2015
Até mais,
A FUTURA SANITARISTA