segunda-feira, 22 de junho de 2015

Perspectivas para a Comunicação em Saúde que queremos

“A Comunicação está vinculada ao campo da Saúde, desde os princípios do século XX, tomando-se como marco a criação, em 1923, do Serviço de Propaganda e Educação Sanitária, no então Departamento Nacional de Saúde Pública. Na época, as descobertas da ciência apontavam a existência de agentes patológicos específicos para cada doença e processos de transmissão, o que deslocava a atenção das condições socioambientais para o indivíduo e colocavam no centro das prioridades as medidas de higiene. Em decorrência, apontava para a necessidade da mudança de comportamento e de hábitos, vistos como causa das doenças, portanto, indesejáveis à saúde.” (Araújo; Cardoso; Murtinho, 2009)
Como podemos visualizar na citação acima, as formas de comunicação em saúde, do século passado, eram um reflexo do que toda a área da Saúde Pública considerava como foco, A DOENÇA. Com o passar dos anos e com as mudanças ocorridas através de movimentos como a Reforma Sanitária, o aumento da participação popular, a mudança do semblante das Universidades e consequentemente dos serviços em geral, dentre outros processos, fez com que, pouco a pouco, a Comunicação em Saúde fosse agregando novos campos para a elaboração de suas ações. Mesmo assim, ainda há muito que se desenvolver em relação ao tema e um dos principais desafios é mudar a forma de encarar a comunicação como sendo, fundamentalmente, um instrumento de transmissão de informações.
No curso de Saúde Coletiva, mais especificamente na Unidade de Tutoria desse terceiro semestre, a partir de debates e explanações sobre o tema, podemos observar alguns modelos de Comunicação em Saúde que tentam atingir aos indivíduos de formas muito inovadoras. Então gostaria de compartilhar alguns materiais a que tivemos acesso.
Na aula do dia 14 de maio, conhecemos o Régis que nos apresentou o projeto Caminhos do Cuidado, iniciado em 2013, que oferece formação em saúde mental, crack e outras drogas para agentes comunitários de saúde e auxiliares e técnicos em enfermagem da Atenção Básica. O projeto conta com uma Equipe de Comunicação que é responsável pela criação da identidade visual do Caminhos do Cuidado, e pela produção visual, em diferentes mídias, de todo o material de divulgação e didático, em consonância com o Ministério da Saúde. Um dos materiais apresentados para a turma foi o vídeo “Crack! Crack?”, que trata do tema de forma lúdica, artística e com humor facilitando o diálogo sobre as questões relacionadas.



Outro projeto que ficou conhecido entre os alunos do curso, foi o da ONG Doutorzinhos, que realiza atividades em diversos hospitais com pacientes e servidores, ela se apresenta da seguinte maneira: “Somos palhaços. E ser palhaço no hospital é saber ler os sentimentos, diagnosticar sintomas do humor e transformá-los em alegria. Acreditamos que o humor promove uma atitude positiva, contribuindo diretamente na recuperação dos pacientes. Oferecemos aos pacientes e equipe hospitalar um local de experimentação do riso, estabelecendo uma conexão entre os sentimentos de cada um. Somos agentes terapêuticos no processo de humanização da saúde, levando alegria para as crianças e adultos hospitalizados, bem como a todos os profissionais das instituições.”.
O material audiovisual apresentado às turmas do curso no dia 11 de junho, durante o fórum dos alunos, foi o seguinte:


É claro que estes são dois dos inúmeros exemplos que existem da construção que está sendo realizada para aprimorar os instrumentos de Comunicação em Saúde e para a saúde, porém, acredito que as chances desse cenário se desenvolver amplamente são bem maiores a partir da multiplicação desse tipo de ação. A referência abaixo contém o trecho citado no início desse post e é uma boa indicação de leitura para entender como o tema está sendo desenvolvido dentro do próprio SUS.


ARAUJO, I. S.; CARDOSO, J. M.; MURTINHO, R. A Comunicação no Sistema Único de Saúde: cenários e tendências. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, v. 6, n. 10, p. 104-115, 2009. Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2015

Até mais,

A FUTURA SANITARISTA

Guia pessoal da transição entre a segunda e a terceira etapa do curso de Saúde Coletiva

O objetivo desta postagem, é relatar, brevemente, como aconteceu a transição do segundo para o terceiro semestre do curso de Saúde Coletiva. Farei isso de forma bastante esquematizada, a fim de servir como um guia pessoal de consulta, sem seguir as recomendações para a elaboração de portfólio que são enfatizadas desde o início da graduação. Listarei as Unidades de Produção Pedagógicas do segundo semestre e seus respectivos temas e introduzirei o que está sendo abordado no terceiro semestre.

Unidades da 2ª etapa do curso:

  1. Unidade de Tópicos Integradores em Saúde Coletiva II, abordando o tema relativo à Atenção Psicossocial: O cuidado em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas no SUS e dividida nos módulos I. Breve História da Loucura e das Reformas Psiquiátricas; II. Conceitos, Premissas Éticas e Modelos de Atenção no campo da Saúde Mental e Atenção Psicossocial; III. Rede de Atenção Psicossocial e Políticas de Saúde Mental; IV. Políticas sobre drogas e suas tendências no Brasil e no mundo; V. Montando a Rede de Atenção Psicossocial RAPS de Corvalina (município imaginário estudado durante a UPP).
  2. Unidade de Saúde, Sociedade e Humanidades II, na qual tratamos dos temas da Vigilância Sanitária e Ambiental, dos Resíduos dos Serviços de Saúde, dos Resíduos Sólidos Urbanos, Saneamento Básico e Saúde Pública.
  3. Unidade de Planejamento, Gestão e Avaliação em Saúde I, com introdução ao uso de tabuladores, pesquisas em fontes de bases secundárias de dados e informações (Datasus, Tabnet, Tabwin), noções básicas sobre cálculos de análise descritiva, Atenção Básica (Primária) à Saúde, aproximação e exploração à distância das regiões e municípios, debatemos sobre o uso de portfólio, noções elementares sobre análise de situação de saúde, Média e Alta Complexidade, programação de procedimentos, definição de indicadores de oferta e cobertura a partir de estudos de caso municipal.
  4. Unidade de Pesquisa em Saúde e Bioestatística II, abordando análise situacional de saúde e observação das comunidades, elaboração de poster, Elementos da Pesquisa, Ética nas Pesquisas, normas ABNT, como elaborar um Tema de pesquisa a partir de um Problema, como elaborar uma Apresentação.
  5. Unidade de Políticas Públicas e Sistemas de Saúde II, onde estudamos a história e a evolução das Políticas de Saúde no Brasil, fizemos cartografia de cidades, trabalhamos com o tema Cidades Utópicas, estudamos alguns conceitos do SUS e sua organização e utilizamos da ferramenta audiovisual para apresentação de temas relevantes na área da saúde.
  6. Unidade de Análise de Situação de Saúde e Vigilância à Saúde I, na qual estudamos o modelo da História Natural da Doença, os Modelos de Atenção à Saúde, tipos de vigilância, doenças emergentes, doenças negligenciadas e fizemos intervenções educativas sobre assuntos relacionados com o tema da vigilância à saúde.
  7. Unidade de Tutoria II, com dinâmicas sobre o tema Coletividades, discussões para elaboração do Portfólio reflexivo, debate sobre as inovações na formação dos sanitaristas e exercício sobre autoavaliação.
  8. Unidade de Promoção e Educação da Saúde II, com a temática dos Movimentos Sociais e formação da agenda pública, estudo das populações vulneráveis e das políticas elaboradas a tais grupos e estudo da Política Nacional de Educação Popular.     
Diversas outras atividades foram realizadas ao decorrer do semestre, tudo isso colaborou para um crescimento imenso da nossa compreensão sobre toda a área da saúde, sua complexidade e nos permitiu identificar melhor qual no nosso papel e o nosso lugar como futuros sanitaristas. O desenvolvimento das UPPs vêm acontecendo no terceiro semestre, com diferentes discussões, mas a partir de agora, seguirei trazendo temas de relevância para toda a área, fazendo relações e críticas entrelaçadas com minha bagagem recolhida até aqui através do curso, mas é claro com possibilidades de recapitulações como a de hoje.
*texto elaborado a partir de março de 2015

A FUTURA SANITARISTA