sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Sobre questões que não têm resposta...


6/out/2014, 17h19min
DMLU recolhe 45 toneladas de resíduos eleitorais nas ruas
Entre o dia 24 de setembro e a madrugada desta segunda-feira, 6, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) recolheu 45 toneladas de resíduos eleitorais, como cavaletes, placas e outros materiais de campanha irregularmente expostos nas ruas de Porto Alegre. Das 22h do último sábado (4) e 1h desta segunda-feira (6), foram recolhidas 35 toneladas de resíduos.


O serviço de fiscalização do DMLU emitiu 270 autos de infração até as 17h de domingo, 5. Agentes da fiscalização do departamento estavam nas ruas para fazer valer o Novo Código Municipal de Limpeza Urbana 728/14, que prevê multas a quem descartar resíduos em locais inadequados.

De acordo com o supervisor administrativo e financeiro do DMLU, Gustavo Fontana, a operação contou com mais de 920 trabalhadores e teve 73 caminhões para recolher os resíduos. Nesta segunda, 650 garis manterão a varrição dos locais de votação. “Em 2012, recolhemos 70 toneladas de resíduos na época da eleição. Acreditamos que este ano o volume irá cair até o final do segundo turno, em função da fiscalização e aplicação do Novo Código”, avalia.

Desde o início do período eleitoral, em julho, o DMLU está atuando em conjunto com a Justiça Eleitoral pela manutenção da limpeza da cidade e no recolhimento de cavaletes e propagandas irregulares nas vias públicas.


Notícia:
http://www.sul21.com.br/jornal/dmlu-recolhe-45-toneladas-de-residuos-eleitorais-nas-ruas/

Vídeo de crítica:
https://www.youtube.com/watch?v=lt9rOOiOEU0&feature=youtu.be

É imprescindível para a área da Saúde tratar de assuntos como o que foi relatado na notícia acima. Os problemas com poluição (nesse caso, tanto ambiental, quanto visual), que justamente deveriam ter lançadas propostas para serem solucionados por estes que, no período eleitoral, sempre os agravam, são discutidos há anos e mesmo que se tenham visto propostas de práticas mais conscientizadoras nos últimos anos, sempre nos surgem dúvidas sobre a real aplicação delas.
Segundo Murilo Justino Barcelos "A exploração dos grandes centros urbanos e as poluições advindas da iniciativa privada devem ser geridas incondicionalmente pelo estado, e pela particularidade que o centro possui, cabe ao município e seus munícipes se manifestarem e atuarem conjuntamente na busca pela defesa de uma paisagem urbana satisfatória." Lendo isto, tendo a ficar confusa, pois parece que aqueles que deveriam atuar frente a esta questão, se escondem no período eleitoral, e mesmo quando as consequências do excesso de material produzido e da descontrolada disposição desses materiais aparecem, praticamente ninguém e nenhum órgão se manifesta. E então como ficamos?

Debate: Movimentos Sociais no Século XXI

                Hoje resolvi falar um pouco do que tá rolando nas aulas de Promoção e Educação da Saúde, onde estamos conhecendo uma pouco mais sobre a organização dos Movimentos Sociais. Então, em uma das aulas da semana passada assistimos ao debate Movimentos Sociais no Século XXI, apresentado pelo programa Melhor e Mais Justo, da Rede TVT, que começa tratando da situação atual de alguns movimentos representados por convidados e dos movimentos sociais em geral. Os convidados são a Professora Dr.ª Zilda Iokoi do Laboratório de Estudos Sobre Intolerância da USP, Brunno Almeida Maia, Militante do Núcleo Municipal LGBT/PT – SP e Ana Paula Herles Ribeiro, Militante do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST). Eles debatem aspectos institucionais dos movimentos, suas ligações ou autonomia em relação às instâncias do Estado, explanam suas demandas mais atuais, seus adversários e como um movimento social se mantém ou se reorganiza.
            Segundo Ilse Scherer-Warren “o movimento social atua cada vez mais sob a forma de rede, que ora se contrai em suas especificidades, ora se amplia na busca de empoderamento político”. Percebi um pouco disso no discurso de Brunno e Ana Paula sobre os movimentos que representam. Ele fala do movimento LGBT que adentrando-se ao PT, coloca-se junto a um grupo que atualmente tem muito poder político. Ela coloca que o MTST busca por autonomia, afim de não sofrer influências dos governos sobre a organização de suas demandas, entre outros aspectos do movimento. Diante disso, a Prof.ª Zilda enfatiza a importância de reconhecer que quando o partido chega ao poder não é certo que ele responda mais às demandas do movimento social pois para isso estaria utilizando de uma estrutura de poder. Eu, particularmente, não sei se isso acontece na prática, penso que todo projeto político estabelece interesses e estratégias prioritárias, se ele chega ao poder e demandas de determinados movimentos sociais fazem parte do projeto, ele pode influenciar nas respostas a essas demandas (a não ser que isso infrinja alguma premissa ética ou algo do tipo).
A Professora Zilda fala também sobre o fato de os movimentos sociais terem de se reorganizar, muitas vezes, após conquistas e avanços. A partir desse momento, a sua institucionalidade vai contra a sua real demanda. Por isso, vejo a necessidade dos movimentos estarem constantemente se questionando sobre quais são as demandas prioritárias, quais avanços ou retrocessos já aconteceram e, principalmente, sempre estarem verificando aquilo que, segundo Ilse Scherer, os configura como movimentos sociais: identidade, adversário e projeto.
Ao longo do debate, pude perceber que podem existir outros questionamentos que ajudam a manter os movimentos sociais na busca pelo desenvolvimento de seus discursos mobilizadores e, consequentemente, pelas respostas a suas demandas. Um desses questionamentos poderia ser traduzido da seguinte forma: “Como estabelecer diretrizes firmes e que contribuam para o combate ao conservadorismo e à invisibilidade?” Talvez, exista uma resposta diferente, para esta questão, em cada movimento social, o importante é perceber que eles precisam elaborar estratégias para não se desviarem dos seus principais objetivos ao longo da própria caminhada, para se tornarem visíveis e também estarem atentos às mudanças naturais que vão acontecendo ao longo do desenvolvimento do debate acerca de suas causas. Eu vejo a percepção disto como algo importante pois, a exemplo das discussões sobre as questões envolvendo a homossexualidade feminina, que surgiram na década de 80, no contexto do grupo SOMOS, e que de início não tiveram potência dentro do movimento fez com que esse grupo colocasse em prática algumas estratégias, como se aproximar do movimento feminista: “A aproximação destas mulheres com as agendas do movimento feminista proporcionou que temas como o machismo, a misoginia e a própria invisibilidade feminina, entrassem na pauta dos movimentos de lésbicas e mulheres bissexuais, qualificando as discussões e evidenciando as lutas por demandas específicas desses grupos.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, Política Nacional de Saúde Integral LGBTT, 2010)

O contexto que envolve os Movimentos Sociais exige muito conhecimento histórico acerca deles e uma visão muitos dinâmica sobre os conceitos, premissas e concepções que podem aparecer nos movimentos em geral. Além de conhecer sobre o que define um Movimento Social, é preciso entender como ele pode surgir, como e sobre o que ele gera demandas. 
E a visão do Sanitarista?
Além de refletir e elaborar críticas argumentativas sobre este assunto, o Sanitarista deve estar atento ao tipo de organização dos Movimentos Sociais por eles serem formas de elaborar estratégias que respondam à demandas da sociedade. Assim como acontece durante o ciclo de uma política pública, as demandas de um movimento surgem a partir de uma consciência coletiva de que algo precisa ser discutido e/ou transformado, da mesma forma como acontece quando se percebe que algum tema deveria entrar na agenda pública, da mídia ou do governo. 
A futura sanitarista,
Luiza