Então tudo bem, vamos recapitular o primeiro semestre do curso. Começando pelo dia da recepção dos bixos, que foi lembrado algumas vezes depois, por causa da atividade de entrevistas que fizemos, e assim já começamos a construir um panorama do que se fala e se opina sobre o SUS por aí, por diferentes pessoas. Desta forma, começamos os trabalhos e também a conhecer os colegas e os professores de uma forma muito interativa e de acolhida a todos.
Passam os dias de apresentações das UPP's (Unidades de Produção Pedagógica) do curso e as reflexões mais profundas começam a surgir, discutimos, principalmente, as diferenças entre o campo da Saúde Coletiva e da Saúde Pública, conhecemos um pouco da história de cada campo, as concepções que existem dentro de cada um, e a importância de relacionar aspectos de várias áreas do conhecimento com as práticas de saúde. Enfim, tratamos de vários outros assuntos, abordamos História, Política, Cultura e Sociedade em praticamente todas as aulas e com isso damos o ponta pé inicial de discussões sobre o que, principalmente, faz parte desse universo chamado Saúde Coletiva.
Através da 1ª SISCO (Semana Integrada em Saúde Coletiva), pudemos ver na prática as inovações que vem acontecendo nos serviços de saúde que atualmente contam com mais apoio para tratar de questões sociais e espirituais tanto dos servidores quanto dos pacientes. Percebemos também que todos os serviços precisam pensar estratégias para acolher cada vez melhor às mais variadas culturas. Durante aquela semana, também fomos buscar maior conhecimento do nosso território de cuidado e a diversidade que existe nele, quais as alternativas que as pessoas mais procuram, entre outras formas de cuidado que pode-se identificar através de um diálogo aberto com pessoas que frequentam tal território. Ao final, apresentamos um resumo da semana a partir de uma mandala feita com imagens que representam o que foi tratado nos diferentes locais estudados e com isso pudemos observar que o cuidado em saúde se dá das mais variadas formas e não existe uma só fórmula para melhorar o SUS, o necessário é estudar as políticas a serem aplicadas entre outras tantas atitudes a serem tomadas, levando sempre em conta princípios da Saúde Coletiva.
Nas aulas de Políticas Públicas, discutimos muito sobre o ciclo das políticas: como elas entram na agenda pública, da mídia ou formal e as várias etapas até a sua implementação ou extinção. Também relacionamos, nessa UPP, textos de Michel Foucault com o que podemos ver hoje nos hospitais, dentre outros serviços, espalhados por todo mundo mas principalmente observando o que está próximo de nós.
É claro que estudamos, discutimos e refletimos sobre muitos outros assuntos, eu poderia escrever muitas páginas, mas quero aqui apenas retratar um pouco da complexidade que é o campo da Saúde Coletiva, porque com certeza já pudemos perceber isso e veja que estamos apenas no começo... Concepções estudadas nas aulas de Promoção e Educação em Saúde por exemplo, a primeira vista, parecem ser simples e com propostas que facilmente podem ser praticadas, porém, a grandiosidade de demanda do sistema e as peculiaridades envolvidas no processo de educação em saúde fazem essa tarefa requerer muito esforço para poder ser executada com êxito e abranger a tantas pessoas.
Existe uma coisa que eu já posso dizer: sim, quero ser sanitarista, quero participar dos processos de inovação do SUS, quero também ser pioneira dessa nova proposta que a Saúde Coletiva traz e que já está se espalhando pelo mundo inteiro. AbraSUS, e que venham os próximos semestres!
A futura sanitarista,
Luiza